Entrevista

Gênero, cor e ancestralidade são temas cada vez mais necessários no contexto educacional atual. Educadores ainda discutem a melhor forma de tratar esses tópicos com crianças, de forma que a linguagem seja acessível para esses pequenos aprendizes. A literatura é fundamental nesse processo.

Nesse sentido, o livro infantil As Bonecas Negras de Lara, da professora e escritora Aparecida de Jesus Ferreira, propõe justamente uma abordagem lúdica para que professores estimulem reflexões mais profundas de forma não enfadonha. No entanto, seu público alvo não necessariamente são crianças. As questões que traz nos convidam a  expandi-las criticamente em outros contextos, especialmente na formação de alunos universitários que estudam português como língua estrangeira.

Meninos podem brincar de boneca? Lápis cor de pele? Essas e outras questões da obra de Ferreira chamaram a atenção dos alunos das turmas de Português 120 que tiveram a oportunidade de não apenas ler As Bonecas Negras de Lara, mas realizar um teatro de fantoches a partir da confecção de bonecas abayomis — como as propostas no livro — e entrevistar a autora que, gentilmente, cedeu um pouco do tempo dela para responder às perguntas. A entrevista, que é imperdível, é uma aula de Aparecida de Jesus Ferreira sobre questões raciais, oportunidade em que também explica o título do seu livro e a importância de as crianças terem outra visão dessas questões.  

Os instrutores de português, Ivo Cruz e Yuri Teleginski, foram os mediadores. Todas as perguntas foram formuladas pelos alunos de português 120. A entrevista também contou com o apoio técnico de David Ortega. Veja a seguir a entrevista completa com a professora Ferreira no dia 21 de fevereiro de 2020.

— texto de Yuri Teleginski, Ivo Cruz e Giseli Tordin