Roda-Viva

Produção dos alunos de Português 150

Por Marianna Costeletos e Luka Silva

No dia 5 de dezembro 2019, nós, alunos de Português 150, encenamos a peça Roda-Viva, de Chico Buarque, no Jonathan Edwards Theatre. Entre todas as peças que estudamos durante o semestre, incluindo O Verdugo, de Hilda Hilst, e Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, escolhemos Roda-Viva porque trata de temas relevantes para nosso público, a maioria estudantes na universidade, e por causa de seu elemento musical, acrescentaria uma diversão maior à peça. Roda-Viva conta a história de Benedito Silva, um homem que, atraído pela fama, muda de modo de vida com a assitência de seu anjo da guarda (representando um agente de publicidade) para satisfazer ao público. Manipulado pelo seu anjo da guarda, sacrifica suas relações pessoais com sua mulher Juliana e seu amigo, Mané, para tornar-se uma celebridade.
Benedito se vê vítima da fama e não sabe como equilibrar a sua vida pessoal com sua vida profissional. Da mesma maneira, muitos estudantes passam seu tempo escolhendo um futuro e encontram vários obstáculos. Além disso, o tema da fama e das dificuldades que muitos famosos enfrentam durante sua carreira é um tema universal que todo mundo entende.
Antes de começar os ensaios, deveríamos distribuir o papel dos personagens entre os cinco alunos da nossa aula. Para fazer isso, pensamos sobre a personalidade de cada um e seus talentos para tentar atuar como o personagem com o qual nos identificamos.

Atores cantando a música homônima da peça Roda-Viva. Fotografia de Elizabeth Jackson.

No entanto, Marianna era o diabo, e esperamos que não tenha características similares com esse personagem! Escolhemos o Alfredo para representar o personagem principal, Benedito, por causa da sua personalidade magnética. Sabíamos que o Luka era a única pessoa que realmente podia encarnar todas as personalidades dinâmicas do anjo da guarda. Alyse era a perfeita escolha para representar Juliana, namorada do Benedito. E ninguém teve a frieza suficiente para realizar o personagem de Mané, o amigo apático de Benedito, exceto o Curtis. Depois dessa repartição, começamos os ensaios da peça.
O primeiro passo era ler nossas falas e praticá-las repetidamente para poder expressá-las sem hesitar e com a entonação correspondente.
Uma técnica que achamos útil era praticar nossas falas em frente de um espelho para não somente ouvir a voz, mas também observar as expressões faciais e verificar que não se falava de maneira mecânica ou tediosa.
Como não tínhamos tempo para muitos ensaios, deverí­amos improvisar alguns gestos e movimentos ao longo do palco. Gostamos muito de ver como mudavam nossas apresentações com cada ensaio e como nós melhorávamos pouco a pouco.
Conforme a data da apresentação se aproximava, refletimos sobre os trajes de cada personagem. Antes de buscar acessórios na Amazon, verificamos o que já tí­nhamos em casa, o que produziu trajes mais pessoais e originais. Também tivemos que pensar muito na logí­stica da atuação, refletindo nos modos como poderíamos utilizar nosso palco, que era pequeno e sem cortinas, para adequadamente apresentar a peça. Além disso, querí­amos muito incluir a plateia em nossa produção, como uma homenagem à encenação de Roda-Viva feita pelo Teatro Oficina de São Paulo, Brasil.

Voluntários de outros cursos de Português da universidade. Fotografia de Gustavo Louro.

Esses obstáculos complicaram o nosso processo de ensaio, mas acabaram nos ajudando a entender a peça e o ato de construir uma peça de uma maneira mais profunda e compreensiva. O fato de que a peça é um musical complicou a encenação e planejamento do projeto. Querí­amos incluir as músicas originais, mas com algumas modificações para deixar a peça mais contemporânea.
Enquanto à trilha sonora, devemos ser gratos a Marina e Hugo Andrade quem compuseram arranjos originais para as canções “Roda-Viva” e “Flores”. Fizeram um excelente trabalho mantendo a melodia original das canções e adicionando seu toque pessoal. Para essas músicas, utilizamos coreografias feitas pela nossa professora, Giseli Tordin.

Ouça à continuação os arranjos de Marina Andrade (violino), Hugo Andrade (piano) e Priscila Duarte (percussão):

“Roda-Viva”:

 

“Flores”:

Elenco principal com Giseli Tordin. Fotografia de Gustavo Louro.

 

Finalmente, o dia da apresentação da peça chegou! Estávamos todos muito animados para compartilhar tudo o que tínhamos preparado. Felizmente, não tivemos nenhuma (má) surpresa e tudo aconteceu como planejado.
Foi muito divertido e uma grande honra poder compartilhar nosso projeto, a culminação do nosso semestre analisando teatro e preparando nossa própria peça, com uma audiência.

 

 

Veja a seguir alguns momentos da nossa leitura dramatizada: