Por Tricia Viveros, Alexandra Rocha-Álvarez e Nissim Roffe
Para o nosso projeto final, a nossa turma de português decidiu adaptar o conto de Clarice Lispector “A Quinta História” para ser uma obra de teatro. Isso foi difícil porque a história é desenvolvida em grande parte por meio da introspecção, em vez de ação, o que tornou difícil
traduzir literalmente a história em um roteiro. Isso, no entanto, também nos permitiu usar a nossa criatividade para aprofundar a história e retirar apenas as partes críticas.
Decidimos por uma atmosfera de coquetel para nossa obra porque queríamos mostrar como o processo de matar
baratas pode afetar a pessoas diferentemente. Isso, em parte, é para permanecer fiel à afirmação de Lispector de que a verdade de uma história não nega a verdade de outra. Enquanto que no conto as cinco histórias são perspectivas diferentes da experiência de uma pessoa, sentimos que separar as histórias seria mais fácil de entender em um contexto teatral.
Para uma parte do roteiro, decidimos analisar os pontos principais da quarta história. Para nós, essa história era sobre loucura e obsessão. A narradora estava vendo fantasmas de baratas mesmo quando elas não estavam lá porque não conseguia aceitar o que tinha feito.
Ela precisava se sentir como se ainda estivesse em guerra para justificar as mortes, como se estivessem em cima dela primeiro. Para mim, trata-se de nossa compulsão de antagonizar o que não entendemos e nossa inabilidade de estar em paz com o mundo natural, mas também mostra como a violência está inerentemente em conflito com nossa psique.
“A quinta história”, adaptação do conto ao teatro digital em tempos de pandemia